"Mas a melhor coisa do museu é que nada lá parecia mudar de posição...Ninguém seria diferente. A única coisa diferente seríamos nós. Não que a gente tivesse envelhecido nem nada. Não era bem isso. A gente estaria diferente, só isso.(...)Há coisas que deviam ficar do jeito que estão. A gente devia poder enfiá-las num daqueles mostruários enormes de vidro e deixá-las em paz." Páginas 120 e 121
Numa época onde a adolescência era somente a passagem de infância para a vida adulta J. D. Salinger lança "O Apanhador No Campo de Centeio".
Uns amam, outros odeiam, alguns tem medo por ser um livro "marcado", já que o assassino de John Lennon carregava um exemplar quando matou o cantor. O atirador que tentou matar Regan, disse que sentiu uma inspiração para cometer o crime, após a leitura do livro.
Eu li, gostei muito!
A leitura é rápida, a escrita de Salinger é dinâmica, uma delícia! Não há uma história em si, são fatos, pensamentos, emoções que rodeiam o nosso anti-herói...cada sensação, cada sentimento que penetra e atordoa o protagonista.
A leitura é rápida, a escrita de Salinger é dinâmica, uma delícia! Não há uma história em si, são fatos, pensamentos, emoções que rodeiam o nosso anti-herói...cada sensação, cada sentimento que penetra e atordoa o protagonista.
O livro retrata 2 dias na vida de Holden, um garoto de 16 anos que é expulso do internado por ter reprovado em 4 das 5 matérias que fazia.
Holden é um adolescente marcado pela morte do irmão mais novo e por vários conflitos que perseguem não só a mente dele, mas a de muitos jovens. Em vários pontos eu me identifiquei com ele, já senti alguns desses mesmos conflitos, pensamentos...
Nesses 2 dias, Holden sai do internato por se sentir demasiadamente sozinho e volta para NY, mas como não quer contar para os pais da expulsão, fica vagando entre hotéis e casas de amigos.
"O Apanhador No Campo de Centeio" é acima de tudo um livro crítico, pois a todo momento Holden critica a sociedade e as pessoas, em alguns momentos chega a ser cômico.
Curiosidades:
O livro tem esse nome, pois Holden chega a conclusão, após ver um menino andando sozinho no meio fio, que sua verdadeira vocação seria proteger as crianças. Ele fantasia que crianças correm no meio de um campo de centeio que beira um precipício, e ele precisa fazer de tudo para que nenhuma criança caia.
Na verdade, ele sempre menciona a palavra "garoto", mais para frente da leitura, um professor que Holden procura, tenta toca-lo, não fica claro se se trata de um pedófilo ou se Holden vê coisa onde não tem, mas o fato é que o adolescente fica muito atordoado, foge da casa e diz "Quando me acontece um troço assim meio tarado, começo a suar como um filho da mãe. Esse tipo de coisa já me aconteceu mais de 20 vezes, desde que eu era garotinho. Não aguento isso." (Pág. 187)
Na minha leitura, Holden quer salvar não as crianças em geral, mas sim os garotos, de uma possível "violência"que já tenha sofrido. Porem nada disso fica claro no livro.
A leitura me lembrou:
"Demian"de Herman Hesse
SALINGER, J. D., O Apanhador no Campo de Centeio.
18a edição, Editora do Autor, 2012.
ISBN: 8587575015
SALINGER, J. D., O Apanhador no Campo de Centeio.
18a edição, Editora do Autor, 2012.
ISBN: 8587575015
Eu quero muito ler esse livro. Ao falar da crítica da sociedade, lembrei de um livro do Hesse tb, O Lobo da Estepe... muito bom!
ResponderExcluirabraços,
Luciana
Folhas de Sonhos artesanatos
Lu! Tenho o Lobo da Estepe, esta na lista de leitura?, ;)
ExcluirDizem que é a Biblia de 3 psicopatas:
ResponderExcluirAlém de sua arma ,o assassino de John Lennon tinha outra coisa em mãos quando matou o cantor:um exemplar de O apanhador no campo de centeio,de J.D.Salinger.Em seu julgamento,afirmou que lera na obra uma mensagem ordenando-o a matar Lennon.Olivro também fazia parte da biblioteca de John Hincley Junior,que atirou no Ex-presidente Ronald Reagan.Robert John Bardo,assassino da atriz americana Rebecca Schaeffer,também havia lido o livro.Por essas e outras ,há quem diga que a obra ,um classico da literatura jovem ,estimularia gente do mal a dar vazão a seus impulsos criminosos.