"Como poderiam ter pensado na peste
que suprime o futuro, os deslocaentos
e as discussões?
Julgavam-se livres e jamais
será livre enquanto houver flagelos".
Quanto mais eu leio Camus, mas eu amo o seu estilo literário. Como uma fã do existencialismo, não tem como não se apaixonar por esse escritor brilhante que retrata tão bem a alma humana.
A Peste é um livro único! Mexe com a cabeça do leitor, assim como Saramago no "Ensaio Sobre a Cegueira". Vejo pontos convergentes entre esses dois livros.
Como agem as pessoas cercadas pelo horror da peste? Como as pessoas agem com a possibilidade da morte batendo a sua porta?
O medo, a insegurança e a incerteza afloram sentimentos que no dia a dia as pessoas esquecem, afloram sentimentos e lembranças que na rotinas deixamos passar como se não fossem importantes. E Camus retrata tão bem essa série de conflitos que permeiam e enlouquecem o ser humano.
“Em Oran, como no resto do mundo, por falta de tempo ou reflexão, somos obrigados a amar sem saber”
A Peste tem um forte senso político, onde fica claro a resistência e o desaprovamento do autor em relação ao regime nazista predominante na época.
Fica claro a repulsa do autor por todo regime totalitário como também as ditaduras, muito bem enfatizadas no livro pelas passagens onde Orã fica em estado de Sítio, sendo proibida a entrada e saída da cidade.
Uma coisa que achei muito interessante, é que em algumas passagens do livro, as personagens se remetem ao "Estrangeiro" publicado 5 anos antes. (Quando a vendedora de tabaco comenta sobre o jovem que matara um árabe na pria, quando Rambert questiona Riex sobre as condições de vida dos árabes...)
A Peste é um clássico, um livro apaixonante e tão maravilhoso que não dá para parar de ler.
Recomendo!!
Não conhecia esse livro, mas gostei da resenha, vou me aventurar pelos clássicos.
ResponderExcluirSe aventura sim!! É ótimo!! Eu amei! Se bem q amo Camus! Obrigada pelo seu comentário!!! :) Bjs!! Marcela
Excluir